Condições meteorológicas e oceanográficas adversas causam prejuízos nos portos de SC
Prejuízos com a paralisação do Complexo Portuário de Itajaí poderiam ser reduzidas com a implantação de um Sistema de Oceanografia Operacional
Na manhã de terça-feira (23/05), o canal de acesso ao Complexo Portuário de Itajaí foi reaberto após cinco dias fechado devido às ressacas que atingiram o litoral catarinense. O prejuízo estimado pela Superintendência do Porto de Itajaí com as operações paralisadas foi de mais de R$ 1 milhão, somente aos armadores. Além de Itajaí e Navegantes, os portos de São Francisco do Sul, Itapoá e Imbituba também tiveram seus acessos fechados por causa das condições meteorológicas e oceanográficas (meteoceanográficas).
Investimento em tecnologia pode ser uma alternativa para a redução de prejuízos provocados pela limitação da navegação em decorrência dos eventos meteorológicos e oceanográficos extremos, como os observados nesse fim de semana. Um Sistema de Oceanografia Operacional, com previsões incorporadas, pode auxiliar a navegação e a previsão das condições de correntes, ondas e ventos, possibilitando assim otimizar o tempo de paralisação das atividades operacionais em áreas portuárias.
No caso do ocorrido nos últimos dias, o sistema de previsões permitiria saber com maior precisão quais as reais condições de ondas e correntes com suficiente antecedência, sem que as operações da logística portuária fossem colocadas em risco.
Santa Catarina conta com um sistema em operação há três anos no Complexo Portuário da Baía da Babitonga. O SIMPORT – Sistema de Oceanografia Operacional Portuária, criado pelo Grupo Acquaplan, de Balneário Camboriú. É uma ferramenta importante para a criação de uma base de dados oceanográficos como ondas, amplitude de marés e correntes, o que permite a criação de cenários de simulações de manobras precisos e condizentes com a realidade das regiões onde o sistema está instalado.
“O principal ponto é a ampliação da segurança da navegação, pois os dados transmitidos em tempo real permitem, à praticagem local, uma avaliação criteriosa das condições ambientais nos momentos preliminares à manobra, auxiliando o profissional na condução de seu trabalho”, disse à edição de abril da revista Informativo dos Portos o gerente de terminal do Porto Itapoá, Sergni Rosa.
No Paraná, há quatro anos, contratado pela TCP – Terminal de Contêineres de Paranaguá, além de auxiliar nas manobras portuárias, o SIMPORT contribui para otimizar tempo e melhorar a qualidade dos estudos de modelagem, de manobras de navios e de estudos ambientais. “Viabiliza uma ampla e contínua base de dados das condições de correntes na Baía de Paranaguá”, comenta Juarez Moraes e Silva, diretor superintendente e comercial da TCP.
Os benefícios desses sistemas aplicados à cadeia logística portuária são muitos. O conhecimento em tempo real das condições das ondas, marés, correntes e ventos permite o planejamento e a execução de manobras de aproximação, atracação e desatracação de navios de maneira mais ágil, segura e eficiente, reduzindo os riscos, aumentando a segurança e o retorno financeiro das operações.
“Com o auxílio desses sistemas, podemos não apenas criar ou aumentar janelas de oportunidade para as manobras, mas também garantir, de forma mais consistente, que o navio conseguirá manter, durante todo o trânsito, um mínimo eficiente de distância em relação ao fundo para que possamos manter o controle”, explica Alexandre Gonçalves da Rocha, experiente prático que atua no Complexo Portuário de Itajaí.
Conheça mais sobre o SIMPORT em http://www.simport.net.br
Fonte: Folha do Litoral