A ACMet como entidade de classe registrada no sistema CONFEA/CREA tem por finalidade representar e defender os interesses e direitos coletivos e individuais dos associados, relativo às suas atividades profissionais perante autoridades administrativas e judiciais, os meios de comunicação e demais entidades públicas ou privadas, bem como o intercâmbio profissional com associações congêneres.
I ENMET SC
Encontro de Meteorologia do Estado de Santa Catarina
Introdução
O Estado de Santa Catarina é uma das regiões do Brasil que mais necessita de desenvolvimento de estudos científicos voltados para a caracterização de fenômenos hidrometeorológicos ligados a eventos extremos, pois é freqüentemente atingido por tempestades severas, algumas vezes associadas com tornados, e sempre acompanhadas de chuva intensa, granizo e ventos fortes. Eventos desta natureza, como o Furacão Catarina ocorrido em 2004 e o tornado de força 3 ocorrido em Xanxerê no ano de 2015, impactam durante longos períodos os arranjos produtivos locais e a sociedade como um todo e, por isso, podem ser classificados como desastres socioambientais. As soluções que minimizam os impactos causados por estas tempestades passam por uma abordagem interdisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento e setores da sociedade.
Em função disso, a Associação Catarinense de Meteorologia (ACMET) está propondo a realização do I ENMET SC 2017 - I Encontro de Meteorologia do Estado de Santa Catarina durante os dias 30 a 31 de agosto de 2017, na cidade de Florianópolis - SC, no auditório da CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina.
O evento contará com parceiros estratégicos na implementação de previsões meteorológicas de curto prazo de qualidade para o Estado de Santa Catarina, sendo eles a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (EPAGRI/CIRAM) e a Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina (DC-SC). Participam também outras empresas e entidades de classe, a Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) e a Centrais Elétricas S.A. (ELETROSUL) como usuárias da previsão de curto prazo, e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina
(CREA-SC), como conselho de classe da meteorologia.
Público-alvo e resultados esperados
Estima-se um público de 120 pessoas e é oportuno que este evento resulte no aprimoramento dos profissionais técnicos e meteorologistas, além do desenvolvimento da pesquisa e da inovação na área, atendendo a um tema de grande relevância na atualidade. Com este encontro pretende-se capacitar alunos de graduação e de pós-graduação, pesquisadores e professores, além de profissionais da área operacional de Meteorologia e profissionais de outras áreas que usam o trabalho da Meteorologia para desempenhar bem suas tarefas específicas.
Programação
Para o atendimento dos estudantes e de profissionais interessados, estão sendo programados dois minicursos com conteúdos cujos temas incluem: (1) a fundamentação teórica e (2) a operacionalização das previsões de curto prazo.
Estão previstas palestras e mesas-redondas objetivando o intercâmbio de informações entre especialistas com interesse na definição dos caminhos para viabilizar tanto cientifica como politicamente as previsões de curto prazo no Estado de Santa Catarina.
A programação proposta inclui ainda uma exposição de trabalhos técnicos e científicos no formato oral os quais serão avaliados por uma Comissão Julgadora. Ao final do evento, os melhores trabalhos serão premiados nas categorias júnior e sênior.
Haverá ainda espaço para exposição de equipamentos e serviços relacionados com Meteorologia suas aplicações.
Justificativa
O Núcleo Regional do Rio de Janeiro (NRRJ/SBMET) realizou entre 2002 e 2004 encontros científicos e de congraçamento da comunidade de meteorologistas e engenheiros do Estado do Rio de Janeiro visando debater os desafios e perspectivas da Meteorologia para o Estado.
A Sociedade Brasileira de Meteorologia realiza regularmente encontros científicos e de congraçamento tratando dos diversos temas de interesse do país. Em 2005 organizou um Workshop para tratar da ocorrência do Furacão Catarina e, em 2006, realizou o XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia na cidade de Florianópolis tendo reconhecido a valiosa contribuição dos meteorologistas do CIRAM/EPAGRI na previsão do evento entregando ao grupo um de seus mais altos tributos: o Prêmio Sampaio Ferraz. Além disso, nos últimos 13 anos foram criados e solidificaram-se os cursos de nível técnico e de graduação em Meteorologia no Estado, reconhecimento da necessidade de formação adequada de profissionais face à quantidade e intensidade de fenômenos meteorológicos que atingem Santa Catarina.
Naturalmente é flagrante a evolução do conhecimento e da aplicação da Meteorologia em Santa Catarina e, certamente, abrem-se para o futuro novos desafios que torna oportuno a realização deste Encontro.
Com relação ao monitoramento de curto prazo, o Estado de Santa Catarina tem investido significativamente na ampliação do conhecimento, na aquisição de equipamento, instrumentos e recursos computacionais, além da ampliação dos quadros de profissionais da área, aproveitando a formação qualificada que a academia nacional e regional vem oferecendo. É notório que nos últimos anos se alcançou êxito significativo das aplicações dos diagnósticos e previsões de tempo e de clima nas escalas sinótica e de mesoescala. Esse êxito está vinculado ao desenvolvimento da modelagem numérica e a utilização dos diversos produtos gerados a partir de satélites meteorológicos e ambientais.
Nesse sentido, algumas iniciativas recentes vêm sendo realizadas no sentido de compreender os processos termodinâmicos responsáveis pela atuação dos sistemas meteorológicos responsáveis pelos desastres socioambientais. O projeto de pesquisa Suporte a “Previsão de Curtíssimo Prazo Através da Assimilação de Dados em Ciclo de Atualização Rápida (CAR)” (em andamento), aprovado junto a Ação Transversal No 65/2013 (Pesquisa e Desenvolvimento em Meteorologia e Climatologia) do MCTI/CNPq/FNDCT, está desenvolvendo um sistema end-to-end de apoio a previsão de curtíssimo prazo junto ao Centro de Informação de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (CIRAM/EPAGRI), com assimilação de dados de superfície e altitude. No início deste ano, uma parceria entre a Defesa Civil do Estado e o Centro de Gestão de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CGPDI), proporcionou o desenvolvimento do projeto de pesquisa denominado de “Sistema Integrado de Ferramentas de Análise e Previsão Hidrometeorológica (SIFAP-SC)” aplicado às atividades do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD) do Estado de Santa Catarina com o objetivo de responder às seguintes demandas: (i) quantificação do impacto de uma rede planejada de observações de superfície e ar superior na performance dos modelos de previsão de curto prazo; (ii) determinação do impacto da assimilação de dados de radar em diferentes escalas temporais e espaciais nas previsões numéricas de curto prazo e de seu papel nas previsões de eventos extremos e; (ii) estimativa do valor combinado de observações de superfície, sensoriamento remoto e modelos numéricos para o monitoramento e previsão de eventos extremos hidrometeorológicos.
É Importante salientar a ocorrência de casos como os que aconteceram nos anos de 2010 e 2011, respectivamente, na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro e na região serrana daquele estado, quando a Meteorologia de que se dispunha não pode atender com a necessária antecedência e detalhamento para que as providências eficazes pudessem ser tomadas. Somente após aqueles eventos os governos municipal e estadual perceberam que a escala de fenômenos meteorológicos que envolve tempestades do tipo encontrado naquelas situações só poderia ser tratada com as técnicas de previsão de curto prazo ou imediata (nowcasting), e o atendimento desta escala é primordialmente feita pelos radares meteorológicos.
Cabe ressaltar, entretanto, que a aquisição de dispendiosos radares não é por si só solução do problema. Há que se implementar toda uma sistemática que envolve assimilação das tecnologias associadas aos radares (como citado anteriormente), apropriação do conhecimento acumulado sobre tempestades e delinear as formas de interação entre técnicos e tomadores de decisão alcançando ao fim de contas a população que vai se beneficiar dos resultados deste sistema.
Todos os aspectos acima realçados precisam ser amplamente debatidos, o que torna oportuno este
I ENMET SC 2017 - Encontro de Meteorologia do Estado de Santa Catarina tratando do tema
”Caminhos para a Viabilização das Previsões de Curto Prazo
no Estado de Santa Catarina”.
Comitê Organizador
O Comitê Organizador do I ENMET SC - Encontro de Meteorologia do Estado de Santa Catarina será formado por:
Presidente
Mario Francisco Leal de Quadro
IFSC - Instituto Federal de Santa Catarina e ACMET - Associação Catarinense de Meteorologia
Comitê Científico
Comitê Científico
Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva
UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense
Alfredo Silveira da Silva
SBMET-Rio e UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Diego Oliveira de Souza
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (CEMADEN)
Organização
Camila de Souza Cardoso
IFSC - Instituto Federal de Santa Catarina e ACMET - Associação Catarinense de Meteorologia
Comitê Científico
Daniel Calearo
IFSC - Instituto Federal de Santa Catarina e ACMET - Associação Catarinense de Meteorologia
Comitê Científico
Ivan Rezende Coelho
Ivan Coelho Eventos
Rogério Torres Nunes
Criatividade Coletiva/INEXX
Roseli de Oliveira
ACMET - Associação Catarinense de Meteorologia